Eu tenho o orgulho de dizer que conheço o policial militar da cidade de São Vicente, cujo nome de guerra é DE SÁ, temos uma amizade típica da vida moderna, do tipo que só nos vemos em serviço na delegacia de policia de São Vicente. Estes dias ele contava-me um caso interessante:
Alguns anos atrás, um senhor retirou da suia conta corrente quinze mil reais e foi para o hotel, pois no dia seguinte iria para Portugal. Bandidos souberam que ele retirou uma boa quantia em dinheiro do banco e por isso invadiram o quarto do dito cidadão e com grave ameaça exigiram o dinheiro da vitima. Um dos ladrões acabou dando um tiro na vítima que ainda informou aos bandidos que o dinheiro estava debaixo do colchão e vendo tamanha violência, a vitima acreditou que tinha mais chance pulando do primeiro andar do prédio, o que de fato fez. Que antes de pular pela janela, este cidadão viu os ladrões mexendo no colchão.
Ao cair na rua a vitima ficou ferida e ainda viu os o bando fugir passando por cima do seu corpo. A equipe do policial militar "De Sá" foi até o hotel, mas a vítima já havia sido socorrida ao Hospital. No local havia muito sangue. Enquanto um policial preservava o local, o DE SÁ foi até o hospital e encontrou a vitima sendo medicada. Este senhor informou o ocorrido e disse que os ladrões devem ter levado a bolsa com o dinheiro, porque viu eles saindo com um volume nas mãos. Que o policial DE SÁ resolveu voltar ao hotel, antes de apresentar a ocorrência na delegacia.
No hotel, este nosso herói encontrou o dito pacote com os quinze mil reais. Não sabendo o que aconteceu que os ladrões não viram o pacote. Logo em seguida, DE SÀ foi até a delegacia, onde a vítima já estava melhor e ele mesmo já havia relatado a escrivã o crime e que teve o prejuízo de quinze mil reais que foram roubados.
O policial militar então chegou na sala do plantão e disse para o senhor Fulano de Tal:
- O senhor acredita em Deus?
Olha aqui o seu dinheiro!
De Sá disse-me que a vítima agradeceu por ter recuperado o dinheiro que ele já tinha dado como roubado. E saiu sem dar-lhe nem uma nota.
Depois que a vítima foi embora, a escrivã que registrava a ocorrência o criticou asperamente por ele ter devolvido o dinheiro para a vítima. Que ele só fazia aquilo porque era um novato na policia e que com o tempo ele iria aprender que em casos como estes um policial deveria era ficar com o dinheiro para si próprio.
Vários anos se passaram e o soldado DE SÁ disse-me que ainda não aprendeu a ficar com o que pertence aos outros. Que na casa dele não entra nada que seja fruto de crime. Que as coisas que ele compra para seu filho é com o dinheiro do seu trabalho. E ainda afirmou-me:
- Um dia é capaz que você fique sabendo que fui preso, mas pode ter certeza que não será por cometer desonestidade e nem ficar com as coisas dos outros.
Ao escutar isso, eu dei um pulo da cadeira em que estava sentado na delegacia e pedi a mão do De Sá e parabenizei-o por este ato de honestidade e ainda mais porque fez o bem e ainda fez uma propaganda de Deus para o próximo.
Tenho orgulho de conhecer policiais como De Sá. Ele mora em uma periferia perigosa da baixada santista. Ele é um dos meus heróis, um dos modelos de policiais ao qual me inspiro e que ainda a sociedade brasileira pode contar para proteger os cidadãos de bens.
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