Pelo menos 12 membros do PCC são mortos em tiroteio
Doze assaltantes ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram mortos em tiroteio com a polícia em uma praça de pedágio no km 12 da rodovia Castelinho (SP-79), na região de Sorocaba, no interior de São Paulo, na manhã desta terça-feira. Segundo a polícia, o bando planejava um assalto ao Aeroporto de Sorocaba ou realizar resgate de presos.
O grupo, que viajava em um ônibus, duas caminhonetes e uma Parati, estavam armados com oito fuzis, espingardas calibre 12, metralhadoras e várias pistolas. Divididos em 25 viaturas, mais de 100 policiais armados com revólveres, fuzis e metralhadoras participaram da ação. O ônibus que transportava os bandidos recebeu mais de 700 tiros, segundo perícia realizada pelo Instituto de Criminalística.
O comandante da Rota José Roberto Martins Marques, que liderou a ação, informou que 12 bandidos morreram e um policial militar ficou ferido na cabeça, sem gravidade. Além deles, pelo menos três outros conseguiram fugir na Parati. Um quarto que escapou numa Saveiro vermelha capturado na região de Salto, no km 42 da rodovia. Trata-se de Evaristo Abreu de Souza, que nega ligação com o bando.
A polícia teve conhecimento da ação por meio de uma escuta telefônica, autorizada pela Justiça, realizada dentro de presídios comandados pelo PCC. Segundo o tenente Marques, agentes de um grupo especial da Secretaria de Segurança Pública receberam a informação de que haveria um "mega-roubo" no Aeroporto de Sorocaba, onde chegariam malotes no valor de R$ 28 milhões na manhã desta terça.
No entanto, a assessoria de imprensa do aeroporto não confirmou a chegada de um avião pagador com a quantia citada pelos bandidos. Durante todo o dia, descobriu-se que há dois vôos diários para o aeroporto e nenhum deles fazia transporte de valores. A partir dessa informação, surgiu outra hipótese: o grupo estaria organizado para um resgate de presos. Segundo os policiais, as conversas interceptadas poderiam fazer parte de mensagens cifradas usadas pelos bandidos, que utilizariam o ônibus para entrar em algum presídio da região.
Mas, no final da noite, uma nova informação tornou a investigação ainda mais confusa. O presidente da associação dos donos de hangares afirmou ao Jornal da Globo que há transporte de valores no aeroporto de Sorocaba pelo menos duas vezes por semana. Os bandidos, então, poderiam realmente estar se dirigindo para um assalto.
Para evitar a ação, a polícia montou um esquema para interceptar os assaltantes na rodovia. Viaturas e policiais foram posicionados após o pedágio, para surpreender os assaltantes e evitar que motoristas comuns fossem atingidos. Após a passagem do ônibus, o pedágio foi fechado e os bandidos, encurralados.
De acordo com o tenente, os homens que estavam na Parati notaram a presença dos policiais e um deles atirou com uma metralhadora HK contra as viaturas. O motorista do ônibus que levava os assaltantes ouviu o barulho dos tiros e encostou o veículo no acostamento. Em seguida, o coletivo foi alvejado pelos policiais.
Quando o tiroteiro cessou, cinco policiais com escudos invadiram o ônibus. Os bandidos sobreviventes voltaram a atirar e foram mortos. O ônibus, um Mercedes Benz com placas de Salvador, roubado no fim de semana, ficou totalmente destruído, com vidros quebrados e pneus furados. Os outros carros usados na ação foram uma caminhonete Ranger, com placas de São Paulo e uma caminhonete D-10, verde, com placas de Fortaleza, ambos roubados nesta segunda-feira.
Segundo informações da polícia, já foram identificados como mortos "Djalminha" (que teria sido o mentor da ação), "Neisinho", "Esquerdinha", José Airton Honorato (que seria o motorista), Pedro Inácio da Silva, Luciano da Silva Barrosos, Vágner da Silva e Laércio Antônio Luiz.
O comandante Marques, que comandou a ação, afirmou que a polícia pretendia preservar a vida dos bandidos para que pudesse ser esclarecida ligação com presídios da região e com o PCC.
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